RESUMO
Introdução: feridas cutâneas são um problema de saúde humana e animal devido à sua complexidade de tratamento e complicações recorrentes. Novos produtos e tecnologias são constantemente investigados com o objetivo de acelerar o processo cicatricial. Na medicina popular brasileira, tintura da casca de Inga subnuda (ingá) é utilizada no tratamento de feridas cutâneas. Objetivo: avaliar o efeito cicatrizante de uma formulação terapêutica do extrato hidroalcoólico de Inga subnuda em feridas cutâneas de segunda intenção induzidas cirurgicamente em coelhos. Métodos: extrato vegetal foi produzido com 400g da casca moída maceradas em água/etanol 1:1 até exaustão. Creme Lanette 24% foi preparado e a este adicionado extrato de ingá até atingir 1% e 5%. Vinte e quatro coelhos machos, 60 dias, pesando 2,8 kg, foram divididos em quatro grupos com seis animais cada, nos quais foi induzida uma ferida de 1,5 cm x 1,5 cm com bisturi na região dorsal torácica de cada animal. Um grupo de animais foi tratado diariamente com solução salina 0,9%, outro com creme de extrato de ingá 1%, outro com creme de extrato de ingá 5% e, por fim, um grupo tratado com a pomada Fitoscar®. O índice de contração de ferida foi medido no 7º, 10º e 14º dia após incisão cirúrgica. A eutanásia foi realizada após 14 dias de tratamento e as amostras de pele encaminhadas para avaliação estereológica do processo cicatricial, analisando fibroblastos, vasos, células inflamatórias e índice de maturação do colágeno. Resultados: a formulação creme com o extrato de ingá nas concentrações 1% e 5% promoveu a contração da ferida, ativação fibroblástica, neovascularização e maturação do colágeno. Conclusão: a formulação promoveu a aceleração da cicatrização na fase proliferativa, fornecendo evidências científicas do seu uso popular e do seu potencial uso como medicamento fitoterápico.
Introduction: skin wounds are a human and animal health problem due to their therapeutic complexity and recurrent complications. New products and technologies aimed at speeding up the healing process are under permanent investigation. Tincture from Inga subnuda (inga) peel is used in Brazilian folk medicine to treat such wounds. Objective: evaluate the healing effect of a therapeutic formulation of Inga subnuda hydroalcoholic extract on second-attempt skin wounds surgically induced in rabbits. Methods: the plant extract was obtained from 400 g ground peels macerated in water / ethanol 1:1 to their depletion. Lanette 24% cream was prepared and the inga extract added to reach 1% and 5%. Twenty-four male 60-day-old rabbits weighing 2.8 kg were divided into four groups of six animals each. A 1.5 cm x 1.5 cm wound was performed with a scalpel in the dorsal thoracic region of each animal. The SSG group was treated daily with 0.9% saline solution, the IG1% group with 1% inga cream, the IG5% group with 5% inga cream, and the FITG group with Fitoscar® ointment. The wound contraction rate was measured 7, 10 and 14 days after the surgical incision. Euthanasia was performed after 14 days of treatment, and skin samples were submitted for stereological evaluation of the healing process. Analysis was conducted of fibroblasts, vessels, inflammatory cells and the collagen maturation index. Results: the cream formulation of inga extract at 1% and 5% concentrations fostered wound contraction, fibroblast activation, neovascularization and collagen maturation. Conclusion: the formulation sped up healing at the proliferative stage, thus providing scientific evidence of its folk use and its potential as a phytotherapeutic drug.
